sábado, 25 de junho de 2016

Dicas de estudo para ter ótimos resultados

Um dos maiores entraves de adultos ao aprender um novo idioma é a estranheza com que encaram a nova língua, a nova gramática, as novas expressões, o novo mundo.
Realmente é tudo novo, não estranhe. E não estranhe o fato de que traduções literais, muitas vezes não dão certo, que uso de preposições e phrasal verbs é complexo mesmo, é bem diferente. É um desafio.
Mas quanto mais você encarar essas questões com naturalidade, aceitação, mente aberta, maiores são as chances de você obter sucesso na aquisição da língua.
A naturalidade ao aprender algo novo, diferente, desafiador, é de suma importância para a aquisição de um novo idioma. Esse é um dos motivos principais pelo qual as crianças aprendem rápido e facilmente. Claro que há outros motivos que facilitam o processo de aprendizagem delas, mas esse é certamente um deles. As crianças aceitam com muita naturalidade e disposição a informação nova. 
Mantenha-se aberto ao novo. Abrace os seus novos conhecimentos. Encare esse desafio com disposição.
Estudos neurocientíficos comprovam que o aprendizado se efetiva quando há quatro elementos importantíssimos: o prazer, a positividade, a força e a segurança.
Se falta um desses elementos em seus estudos, reflita um pouco no que pode ser mudado para que você o tenha sempre.
Se você não tem prazer ao estudar, há algo errado no método, ou na forma como você estuda ou em como encara os seus estudos.
Há falta de positividade, força e segurança quando se diz: "não consigo", "difícil demais pra mim", "não sou capaz".
Cada vez que alguém externa um pensamento negativo, realmente aquilo se torna um entrave, podendo gerar até mesmo um bloqueio no aprendizado.
Pensamento positivo, sempre! Sim, você consegue! 
Dedicação é o termo do seu dicionário que você deve colocar mais em prática! Quanto maior for a sua dedicação, mais resultados você verá depois. 
Estudos neurocientíficos também comprovam que não basta o indivíduo ter apenas o que chamamos de dom. Ele tem que ter dedicação para desenvolver o dom. O dom é um presente, um presente que você precisa por em prática, senão você realmente o perde.
Bons estudos!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Minha vida na Camphill Kimberton Hills

Para dar início ao meu relato, gostaria de reforçar que vou fazê-lo baseada nas minha experiência na Camphill de Kimberton, PA, Estados Unidos.
É bom deixar isso claro porque cada Camphill pode ter suas diferenças em relação a aspectos culturais e geográficos, já que existem mais de 100 unidades espalhadas pela América do Norte (Canadá e Estados Unidos), Europa, África e Ásia.
Já fizeram tentativas de instalação de unidades da Camphill no Brasil, mas infelizmente não deram certo. Ninguém soube me explicar o motivo, mas podemos imaginar, já que se trata de uma organização sem fins lucrativos, que sobrevivem, de uma forma ou de outra, da ajuda do governo. Porque o governo dos Estados Unidos, por exemplo, ajuda as famílias de pessoas com necessidades especiais desde a identificação do quadro das mesmas e é com o dinheiro da ajuda do governo que as famílias pagam a Camphill para que os seus familiares com necessidades especiais vivam em uma comunidade, com qualidade de vida. Além disso, a maioria das comunidades têm uma ajuda financeira extra do governo para manter um certo nível de conforto. A comunidade que eu escolhi é uma das poucas exceções, já que decidiram andar com as suas próprias pernas. Isso quer dizer não ter muito conforto, mas funcionam muito bem.

O link abaixo é o do site da Camphill around the world:

http://camphill.net/

Eu escolhi a Camphill Village Kimberton Hills (ou ela me escolheu) porque queria fazer um trabalho voluntário nos Estados Unidos que unisse satisfação pessoal e profissional, ou seja, fazendo algo útil, para crescimento pessoal e melhora da minha fluência, com o contato constante com nativos dos Estados Unidos, já que a maioria dos meus alunos opta por estudar o inglês americano. Visei o estado da Pensilvânica por motivos pessoais e porque queria ter a experiência de morar em uma fazenda e fugir do âmbito turismo.
Conheci e convivi com pessoas de diversos lugares e países, mas morei com americanos, em uma casa com mais quatro voluntários e três villagers (pessoas com necessidades especiais que moram lá).
Fiz alguns workshops com pessoas da Alemanha, Índia, Inglaterra, entre outros países. Todos são muito receptivos. Realmente, as pessoas da Camphill, villagers ou não, são geralmente atenciosos, carinhosos, muito humanos. Nas fotos abaixo, a porta do meu quarto e uma das primeiras paisagens, que tive da janela do meu quarto.
 

Faz bastante frio no inverno na Pensilvânia. Há dias de muita neve, nevasca, mas geralmente não chega a ser tão frio quanto a região da cidade de Nova Iorque. Lá a temperatura chega a ser mais baixa ainda.
A comunidade onde fiquei fica em uma fazenda, mas há outras comunidades que ficam na cidade também.
A vida na fazenda é uma vida simples, de renúncia a alguns aspectos ligados até mesmo à vaidade, já que você vive com as unhas manchadas de terra, sapatos sujos, cheiro forte de animais, enfim, é uma vida de muito contato com a terra, com a natureza. 
É uma vida muito saudável, equilibrada, sustentável.
Comemos o que plantamos ou o que a fazenda nos fornece, em grande parte.
Sempre tínhamos muitos legumes, como beterrabas, cenouras, repolho, batatas; verduras, como espinafre, alface, couve; leite e derivados, ovos e algumas frutas, poucas, na verdade. Pelo menos na minha comunidade prevalece a maçã. 
Mas o melhor desses alimentos é o fato de não terem agrotóxico. A Camphill trabalha com agricultura biodinâmica, que é um dos conceitos de muita aplicabilidade, atualmente, no mundo todo, de autoria de Rudolf Steiner (1861-1925), junto com a medicina antroposófica e a pedagogia Waldorf.
Aliás, a vida em comunidade na Camphill é baseada em ideiais cristãos e ensinamentos de Rudolf Steiner, que foi filósofo, educador, artista e esoterista.
Nas fotos, um exemplo de refeição e mais uma paisagem, dessa vez da janela da cozinha. As galinhas estavam descansando ainda, confortavelmente dentro de suas casinhas. :)

Como a minha schedule tinha muitas manhãs em casa, cozinhava um bom tanto. Cheguei a fazer uma tentativa de feijoada light que ficou boa e tive alguns elogios em algumas tentativas culinárias. rs
Os domingos à tarde pedem cookies, então vamos lá! Vamos fazer cookies! Com uma certa variação na receita, mas geralmente com aveia e nozes (sempre há sacos grandes de aveia e nozes na cozinha), creme de amendoim (como os americanos gostam disso!) e uva passa. Nem sempre os meus cookies saem bonitos, mas são bons. :)
Como disse anteriormente, temos muitas maçãs por aqui, então há uma grande produção de apple butter, apple sauce, apple jam, etc.

 


A vida na fazenda te ensina a amar e respeitar ainda mais os animais, de forma geral.
Mas o mais importante é o quanto você aprende a se desvencilhar de conceitos ou preconceitos em relação ao ser humano e à valorização do material. 
Lidar com pessoas com necessidades especiais é viver a oportunidade de perceber como muitas vezes nos baseamos em aparências para fazer o julgamento do próximo e como isso pode ser cruel. Porque muitas vezes evitamos a proximidade com pessoas que têm problemas físicos ou mentais. Nos afastamos de pessoas que têm uma aparência diferente ou com evidências de deficiência ou necessidades especiais.
Todos nós temos limitações. Mas por que nos assustamos tanto quando a limitação atinge o físico de um ser humano, a ponto de deixá-lo com aparência do que convencionamos como feio?
Feio mesmo é o preconceito, a fata de afeto, a falta de um olhar mais carinhoso em relação aos que não têm um rosto considerado belo ou um corpo com limitações físicas. 
Em relação a aspectos linguístico, é um desafio entendê-los, mas aos poucos nos acostumamos com o jeito de cada um falar. Descobrimos, identificamos cada peculiaridade em relação à comunicação de cada um com o convívio. Mas o desafio é constante.
Quando optamos em passar um tempo morando em uma comunidade Camphill, temos que ter em conta que estamos fazendo uma opção de vida bem diferente. É praticamente viver em um mundo à parte, muito diferente do que estamos acostumados.
Viver em uma Camphill nos Estados Unidos está longe de significar viver o American dream. Bem longe!
É importante salientar que o que se vive em qualquer Camphill são conceitos que não fazem parte da cultura norte-americana.
Você sequer tem um salário para gastar com futilidades, você vive uma vida de entrega, que pode extrapolar o seu horário de trabalho, já que as pessoas podem precisar de você a qualquer momento.
Claro que você pode fazer um pouco de turismo em seu dia de folga ou nos seus dias de férias, mas se uma pessoa pensa nesse propósito como o mais importante, está indo para o lugar não tão adequado para isso.
Nas fotos, alguns lugares que eu estive. Na cidade de Kimberton, Phoenixville e Filadélfia.
 
Kimberton


Phoenixville



Filadélfia